segunda-feira, 31 de março de 2008

O ORFANATO - Sabe quando você assiste um filme cheio de clichês, cheio de coisas que você já tinha visto antes, mas mesmo assim se surpreende? Pois é, esta foi minha sensação ao sair do cinema depois de O Orfanato. Pegamos a sessão da 0h que tinha bem umas 15 pessoas, foi o meu primeiro filme de terror no cinema e saí simplesmente aterrorizado!!
A questão do "sentir medo" é algo muito pessoal, de repente a pessoa assisti clássicos como O Iluminado e não vê graça nenhuma e outras não conseguem assistir duas vezes devido a coisas horríveis que o filme remete. No caso, este filme do espanhol Juan Antonio Bayona, me deixou estremamente abalado simplesmente por envolver coisas que me incomodam bastante como espíritos, casarões antigos, escuridão, e crianças (fantasmas é claro). Realmente fiquei muito agoniado, mas não o tempo todo. No começo os clichês dominam boa parte do filme (a influência de Kubrick é claríssima), mas conforme a história passa e toma rumo próprio a situação fica bem... er.. nebulosa, digamos.
A mulher agora crescida volta ao casarão, onde antes funcionava o orfanato onde vivia e coisas estranhas começam a acontecer com seu filho. O filme conta com participações especiais de Geraldine Chaplin (filha dele) e Edgar Vivar, o eterno Sr. Barriga do Chavez.
Um filme de horror das antigas, com sustos garantidos. Eu não assisto de novo, mas recomendo.
SENHORES DO CRIME - Vejo muita semelhança nas histórias de Senhores do Crime e Marcas da Violência, os dois últimos de David Cronenberg. A temática, as cores e o ator Viggo Mortensen que se livrou de vez do estigma do seu Aragorn de O Sr. dos Anéis que vai perseguir seus atores ainda por um bom tempo, acredito.

Os fãs mais radicais dizem que Cronenberg traiu-se a se "vender" ao cinemão americano ao abandonar o seu estilo tão presente em filmes como Scanners - Sua Mente Pode Destruir, Gêmeos - Mórbida Semelhança, A Mosca, eXistenZ (o meu predileto), entre outros e se entregar a roteirinhos de começo, meio e fim com pé e cabeça. Mas não concordo com eles não. Na minha opinião são todos ótimos filmes de um cineasta que amadureceu.

Este filme trata da máfia russa e como ela usa sua influência para conseguir o que quer e do crescimento de um dos seus integrantes. O filme é bem mais que isso, mas um Cronenberg merece ser assistido e não contado.

CLOVERFIELD - O melhor filme do ano, o meu predileto até agora. É muito boa a sensação de sair do cinema com um pulga (mostruosa por sinal) atrás da orelha, não saber o que falar (ou ter tanta coisa pra falar que nem sabe por onde começar), enfim, é este tipo de sensação que Cloverfield deixou em mim depois da sessão. É perfeito, arrebatador e impiedoso, em vários sentidos. É claustrofóbico, agoniante e (perdoando o exagero) real, absolutamente real.
Através de uma câmera de mão (muito diferente de A Bruxa de Blair) um cidadão registra a destruição de Nova York. Só pela metade do filme se descobre o que está acontecendo, o que está aniquilando a população e a cidade o que estupidamente o ridículo título nacional entrega de bandeja (monstro). putz... Não há explicação de motivos, de onde veio e o que procura, a coisa simplesmente acontece. E a gente acompanha a tudo, de camarote.
O filme termina da forma como começa um mil ciclos + color bars e um texto que indica propriedade do governo dos EUA e bla-blá-blá e de repente a gente é jogado no meio do conteúdo do filme, cheio de peças, e aos poucos a gente forma o quebra-cabeça. Isto é obra de Matt Reeves, com produção de J.J. Abrams que está por trás também de Lost.
- No fim do trailer há uma transmissão de rádio com informações sobre o filme (PORQUE SAÍ ANTES DO FINAL DOS CRÉDITOS?!?!?!). Uma das mais famosas cenas do filme (a decaptação da Estátua da Liberdade) foi inspirada no pôster do filme A Fuga de Nova York, de 1981. Cloverfield é o nome da rua onde fica a produtora do longa. E os atores assinaram a participação no filme sem ler antes o roteiro, ou seja, foi surpresa total (até certo ponto, né?!)
É uma experiência intensa e até certo ponto perturbadora, quem não foi aos cinemas perdeu muito, mas em casa de repente o clima poderá ser recompensador. Assista já!
*** Mas no IMDB uma das notícias relacionadas ao filme diz o seguinte: Untitled J.J. Abrams Cloverfield Sequel, ou seja sequência de Cloverfield para 2009! aiaiai...
FOGO CONTRA FOGO - Porque tão longoooooo? E pra quê gastar milhões de dólares pra juntar dois astros de primeiríssima como Al Pacino e Robert De Niro em um mesmo filme para apenas dar 3 minutos (se tanto) de encontro? O grande momento do filme (ou os grandes momentos porque na verdade são 2) é o encontro destes monstros em cena, mas demora muito para acontecer e quando acontece é rápido, não dá nem gosto... isso frustrou tudo... Sou muito fã destes (bem como de Dustin Hoffman e Jack Nickolson - que está devendo um bom filme aliás), é maldade fazer o que o roteiro deste filme de Michael Mann (Miami Vice, Colateral) fez.

Na verdade a trama do filme pouco importa, alguns bandidos liderados por De Niro tentam se dar bem em uma cidade dominada pelos policiais de Pacino... é isso. O roteiro é fraco, a história é boba e o elenco muito mal aproveitado. É um filme antigo (1995) e mesmo assim não recomendo relembrar, você vai se decepcionar.

MATADORES DE VELHINHA - Já tinha até assistido alguns filmes dos irmãos Coen, mas este aqui confesso que assistí meio a contragosto, já que não é tão recente assim (2004), já passou na telinha e sei lá, não me chamou muito a atenção. Esta refilmagem de O Quinteto da Morte, de 1955, trata de um farsante experiente (Tom Hanks) que junta uma trupe (entre eles J.K. Simmons que pode ser visto atualmente como pai da Juno, no filme com o mesmo nome) e se instala no porão da casa de uma senhora de idade solitária a pretexto de ensaiar a banda (de igreja), mas na verdade o plano é abrir um buraco da casa dela que conduz a um cofre entupido de grana.
Pois bem, o humor negro domina todas as situações desde a morte dos integrantes até a postura da velhinha. As cores utilizadas e os cenários remetem àquelas histórias fantasiosas de décadas passadas que ao mesmo tempo possuem ingenuidade e algo de temeroso, sabe?
Este é o grande trunfo do filme, além de Tom Hanks que está ótimo com dentadura e um sotaque arrastado. Um filme divertido, mas só.

domingo, 2 de março de 2008

ROBÔS - Não há muito o que dizer... demorei pra assistir este filme, por causa daquela resistência que tenho com animações e desenhos e tal (sempre penso 2 vezes antes de gastar dinheiro com isso). Mas eis que a Tati, irmã da minha K, tinha uma cópia deste filme, aí peguei pra assistir. E me surpreendi.
Gostei bastante dos personagens, das sistuações e do mote da história (apesar de concordar que o roteiro é meio... fraquinho - talvez falte a genialidade da Pixar neste produto da Fox), que é o seguinte: um simpático robô viaja à cidade grande para trabalhar numa fábrica e realizar seu sonho de se tornar um grande inventor, mas ao chegar a fábrica está sob as ordens de um tirano, que pensa em eliminar todos os velhos robôs.
Na versão original os personagens principais são vividos por Halle Berry, Mel Brooks, etc. Nem vale comentar a ridícula dublagem nacional... o filme é bom mas está a tantos kilômetros-luz de distância da genialidade de Monstros S.A. quanto de existir uma sociedade de robôs...