terça-feira, 27 de maio de 2008

NA NATUREZA SELVAGEM - Prefirí não ler nada sobre o filme, preferí deixar a surpresa me pegar desprevenido ao final da sessão e valeu a pena! Fique tranquilo não vou contar nada que possa estragar a sua sessão..
Este é o 4º longa dirigido por Sean Penn, e uma história como essa pede alguém extremamente sensível e ele se mostrou muito competente neste quesito.
A história real de Christopher McCandless, interpretado por Emile Hirsch (Speed Racer), é muito bonita e corajosa. Ele largou tudo o que tinha, casa, carro, mãe, pai e irmã, mais a bolsa da faculdade de mais de 20 mil dólares e todos os demais bens, que para ele eram supérfluos, e pôs o pé na estrada, a princípio sem destino e aos poucos foi tocando sua vida, de bico em bico, sem nunca dar sinal de vida aos seus desesperados pais. Até que achou um rumo, uma meta, chegar ao Alasca e viver como nos primórdios.
O filme é pontuado por momentos de reflexão, trechos do diário de Chris real e de livros que o inspiravam na jornada, fazendo muitas vezes que o questionamento caia sobre nós com o peso de um pedregulho.
Lindo filme, denso e o primeiro grande acerto de Penn na direção. Road movie de respeito!
ESCORREGANDO PARA A GLÓRIA - Comédia escrachada de humor pastelão, que presta às risadas descompromissadas, mas realmente por ser um palco tão comum aos dois atores principais Jon Heder (Napoleão Dinamite) e Will Ferrell (Ricky Bobby) se espera sempre mais. Os produtores afirmaram que cerca de 83% das falas do personagem de Ferrell foram improvisados por ele, e é realmente nestes momentos que o filme agrada.

A história nos mostra 2 excepcionais patinadores no gelo que devido às acirradas disputas, acabam brigando e banidos da categoria, mas voltam a disputar as olimpíadas do esporte como a 1ª dupla de patinadores do mesmo sexo.

A simpatia dos dois atores é o motor do filme, que assim como um carro à álcool frio demora pra pegar, às vezes dá umas falhinhas, mas acaba funcionando.

HALLOWEEN III - A NOITE DAS BRUXAS - O que é mais difícil é saber que John Carpenter assinou a produção desta bomba. Afinal de contas assina uma sequência (no caso o 3º da série Halloween) e simplesmente o personagem Michael Myers é ignorado, sequer sitado na história. Que triste, que porcaria.

Aqui uma empresa vende máscaras para halloween insere chips que no momento do halloween matarão quem as tiver usando e por consequência quem estiver no mesmo recinto (?). Com este pretexto o filme segue e não chega a lugar nenhum, que pena...

O pior é que a musiquinha da empresa fica na cabeça: "Two more days till halloween, halloween, halloween... two more days till halloween... Silver Shamrock..."

HALLOWEEN II - O PESADELO CONTINUA - Incrível! Não consigo me lembrar de uma continuação tão fiel à original. Esta parte II (3 anos após a parte I) começa 2 minutos antes do término da primeiro filme, utiliza dos mesmos planos de câmera do final do original e retoma a história daquele ponto.
É a mesma noite de halloween e Michael Myers, foragido, continua a praticar seus crimes. Jamie Lee Curtis continua atrás dele, após descobrir sua motivação.
O interessante é que no primeiro filme da série Pânico em determinado momento os personagens conversam que apenas quem fica nú ou faz sexo em filmes de terror são mortos. Em Halloween é exatamente isso que acontece, todo mundo que fica pelado morre e são mortos quase sempre "naquele momento" (!).
O Halloween II não é dirigo por John Carpenter, que agora fica apenas na produção, mas mantém a mesma trilha assustadora e não deixa a peteca cair.
HALLOWEEN - A NOITE DO TERROR - O final dos anos 70 (1978) foi chacoalhado com este terror juvenil (que na época não era tão comum como hoje), que assustou muita gente, principalmente nos EUA, onde o Halloween é um feriado nacional.

A história aqui é de um assassino, Michael Myers, que aproveita-se do feriadão onde todos estão trajados à carater e sai às ruas com sua máscara e sua faca promovendo uma carnificina sem tamanho. E como é de costume nos filmes do estilo, o personagem-assassino nunca... NUNCA morre.

Jamie Lee Curtis é a atriz principal e ganhou o papel por acaso, já que é filha de Janet Leigh, conhecida por gritar na cena do chuveiro em Psicose, de Hitchcock. Este é o 4º longa metragem de John Carpenter, que alémde roteirista também assina a marcante trilha sonora do personagem, que cria o clima perfeito para o banho de sangue que se assiste.

Rob Zombie refilmou a história em 2008.

NÃO ESTOU LÁ – A originalidade salvou muitas obras do ostracismo. Muitas delas não seriam o que são, caso não apresentassem novas formas ou estilo de contar uma história, como 2001 – Uma Odisséia no Espaço, Matrix... Estes são exemplos de filmes que marcaram seu período e iniciaram uma nova era. Goste ou não.

Esta biografia bem pouco usual de um artista nada usual como Bob Dylan se adequa à esta categoria, mas eu fico no time dos que não gostou muito. O cantor/compositor é interpretado por 6 atores/atrizes exibindo (sem analisar) cada faceta dele. Os melhores Dylan foram Christian Bale (que fez o lado religioso do cantor quando ele passa a cantar folk gospel), Heath Ledger (a parte da carreira onde ele sofre assédio de papparazi, tem casos extra conjugais, separa-se da mulher) e Cate Blanchett (o ícone da música, o envolvimento com as drogas, a amizade com os Beatles).

No começo falei sobre os filmes que inauguram uma era. Não sei se é o caso aqui, mas este Não Estou Lá, dirigido com boa mão por Todd Haynes, vale a pena ser assistido só por tentar ser diferente de tudo o que já foi feito em termos, no caso, de cinebiografia. Não curti muito, mas este seu mérito é preciso ser reconhecido.

DUNA – Muito já havia sido feito antes, é verdade, mas não há como não concordar: A ficção científica espacial nasceu pra valer com Star Wars, em 1977, de George Lucas. Se a trama da família Skywalker tivesse naufragado nas bilheterias do mundo, como seriam "os grandes faroestes espaciais" dali em diante? Só Yoda saber deve...
Duna é a versão de David Lynch para uma futurística aventura espacial que conta a história de 4 planetas envolvidos em uma trama que mistura a família do bem, o imperador maldoso e um líquido vital para todos, só encontrado no planeta Duna, que é resguardado por criaturas de areia (assustadoras minhocas gigantes).
O protagonista vivido por Kyle Maclachlan (que também é protagonista de Veludo Azul, outro filme de Lynch), segue a linha de um Luke, mas com sérias restrições orçamentárias. Isso somado à bizarrice natural de David Lynch e um mixto de tecnologia futurista e retrô dos anos 80 (estilo Tron) entregam uma obra de caráter duvidoso, mas que criou uma legião de fãs. Experiência indigesta.
O QUE VOCÊ FARIA? – Grande filme da nova safra do cinema espanhol, este O Que Você Faria? é uma comédia de humor negro acerca da batalha de 8 executivos de meia-idade que se encontram em uma sala onde acontece o processo seletivo para uma vaga em uma grande empresa. Como em um reality show, cada um é eliminado até sobrar o (a) grande felizardo (a). Tudo o que fazem pela vaga, o que inventam e o que criam por ela não tem limites.
Quem não freqüenta grandes empresas ou não trabalha nas grandes metrópoles, acredita que as situações criadas pelo roteiro possam ser exageradas, mas o mais assustador é que não são.
Destaque para as reviravoltas de um roteiro muito bem escrito e amarrado, filmado em apenas 2 ambientes, de forma a segurar a atenção de quem assiste até o desfecho final.

segunda-feira, 26 de maio de 2008

O RINGUE – O mudo O Ringue é o 6º longa de Alfred Hitchcock e já exibe a cada quadro de sua exibição o quão genial este cineasta era. Afinal de contas é de contar nos dedos (talvez de uma mão apenas) os cineastas que souberam aproveitar a transição do cinema mudo para o falado com tanta maestria. Aqui, Hitchcock aproveita-se de trucagens "modernas" para o cinema do período para nos contar a história do triângulo amoroso entre um boxeador famoso, sua mulher e um ricaço em ascensão na vida.
Um filme como este levanta uma outra questão importante: o cineasta e o diretor de cinema. Duas figuras muito diferentes. Todo cineasta é diretor de cinema mas poucos diretores são cineastas. Hitchcock era sim, cineasta.
Apesar das limitações do roteiro (por vezes ingênuo), o longa é recheado de momentos inovadores, uma técnica refinada, além do forte tom de suspense, como só o mestre do gênero (alcunha que recebeu muitos anos depois) poderia proporcionar.

domingo, 18 de maio de 2008

O LOBISOMEM – Clássico do terror de 1941, este longa de George Waggner, que é um exemplar dos clássicos filmes do gênero, marcou época pelos avançados efeitos visuais e pela história, até então inédita no cinema. Aliás, não é lá muito difícil se imaginar a trama.
Ricaço volta à mansão do pai em cidade distante e ao ser “almadiçoado” por ciganos (entre eles o fantástico Bela Lugosi, que recriou tantas criaturas no cinema) se transforma no tal lobisomem nas noites de lua cheia e ataca as pessoas que passam pelo pântano sozinhas. É importante reviver estas obras e notar o principal medo das pessoas, o que elas temiam, e como este trabalho com o medo no cinema foi sendo aprimorado. Primeiro, o medo era do desconhecido que remetia diretamente das histórias dos antepassados (monstros, ETs), depois passou a se travar batalhas com o comum, o ordinário (como os comunistas, serial killers) e por fim a batalha que se enfrenta agora são as internas do próprio homem. O medo ficou mais próximo do real e menos fantástico. Essa discussão vai longe...