quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

VOCÊ NÃO CONHECE JACK (Or. YOU DON´T KNOW JACK) - "Todo o filme com Al Pacino vale a pena", é meu lema com cinema. E alguém é capaz de dizer que estou errado? Por pior que seja história, ele salva nem que seja com uma cena - como em Contato de Risco. No curriculo O Poderoso Chefão, Serpico, Um Dia de Cão, Perfume de Mulher, Advogado do Diabo, Um Domingo Qualquer e tantos outros.


Você Não Conhece Jack é um filme menor, da HBO, mas cumpre o seu papel e deixa uma pulga atrás da orelha. Trata-se da história real de Jack Kevorkian, o Dr. Morte, que desde 1990 realizou mais de 130 suicídios assistidos e causou muita polêmica com sua técnica de "ajudar seus pacientes a morrer". Kevorkian criou um aparelho que, através do controle do próprio paciente, libera um gás tóxico que põe pra dormir e na sequência libera outro que paralisa o coração da pessoa até a sua morte. Por conta disso, centenas de pacientes com doenças terminais entraram em contato com Kevorkian para utilizar a técnica, totalmente indolor.
Uma discussão foi aberta à época questionando se a postura do médico era acertada ou não. Ele - na foto abaixo do lado direito - proporcionava a morte, mas apenas àqueles que realmente não tinham como melhorar a sua condição de vida, trazendo sofrimento à ele e sua família.
É uma questão muito polêmica e de solução difícil, que o filme traz com muita força. Apesar do tema difícil e pesado, o filme apresenta uma certa levesa, muito por conta da personalidade do próprio Kevorkian, que sempre lidou com a situação de forma muito tranquila. Assista e reflita.

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

TUDO PELO PODER (Or. THE IDES OF MARCH) - Não deve ser fácil dirigir e atuar em um mesmo filme. Uma das duas pontas acabam ficando frouxa. Talvez por isso devemos aplaudir diretores que conseguem atuar e dirigir de forma sublime, sem arestas. Devemos louvar os diretores que sabem que o tamanho do tempo de exposição do seu personagem no filme deve ser proporcional ao mesmo, nada muito pequeno ou nada muito grande, como Shyamalan fez para tapar seu ego em Dama na Água, por exemplo - ao contrário de Hitchcock, que sempre aparecia em suas obras de forma, digamos, charmosa. Enfim, devemos aplaudir caras como George Clooney que sabe fazer as duas tarefas muito bem, principalmente neste Tudo Pelo Poder. O elenco talvez seja o ponto forte do filme. Ryan Gosling não decepciona em seu primeiro papel em um filme maior, aparecendo para o grande público. Clooney tem um papel menor e vai bem na sua interpretação de um cara sacana e camarada. Marisa Tomei, que fica linda até descabelada e de óculos de aro grosso, faz o seu dever e nada mais. Paul Giamatti - acima, sentado - e Philip Seymour Hoffman - abaixo ao lado de Clooney - estão simplesmente sensacionais, roubam a cena e monopolizam as ações a cada aparição.

A trama gira em torno da campanha de Morris (Clooney) nas primárias do partido democrata em Ohio. Hoffman é o mentor da campanha e Gosling segue seus passos e aprendizados. O coordenador da campanha do outro candidato é Giamatti e Tomei faz uma jornalista que navega entre os dois lados buscando furos para a sua cobertura para um grande jornal. Como se não bastasse toda a lama que envolve uma disputa política, com mentiras, traições e rabos-presos deste e daquele lado, Gosling se envolve com a estagiária, vivida por Evan Rachel Wood - na foto abaixo -, e acaba por descobrir um segredo que desenrola uma série de problemas e complicações para todos os envolvidos.


O roteiro é intrincado e muito bem amarrado, embora eu sinta que faltou um pouco de surpresa. As reviravoltas era todas bem previstas, mas não se engane. Isso não estraga o filme, nem a carreira de Clooney, aos poucos cada vez mais caindo nas graças dos velhinhos da Academia. Será que vem Oscar por aí para Tudo Pelo Poder?

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

CONTRA O TEMPO (Or. Source Code) - Jake Gyllenhall aceitou fazer esse papel em mais um filme que tem tudo para virar cult. "Mais um" porque o mesmo Jake apareceu pro mundo no laureado Donnie Darko (que, devo dizer, é um filme que não agrada), em 2001. Depois disso, Jake fez, entre tantos 0utros, Zodíaco, O Segredo de Brockeback Mountain e por fim, este Contra o Tempo.




Disse no parágrafo anterior sobre tonar-se cult porque a história tem esta característica. Veja só - o filme começa com Colter (o personagem de Jake) acordando em um trem em movimento com uma mulher a sua frente lhe chamando de Sean. Desorientado, ele vai ao banheiro e se vê no espelho como outra pessoa, em sua carteira existem os documentos de outro cara. De repente o trem explode e ele acorda em outro lugar, uma cabine escura, como mostrado abaixo, onde apenas vê um monitor com uma mulher que se comunica com ele. Pelo monitor ele fica sabendo que é um agente desigado para missões especiais e por conta disso é enviado 8 minutos antes da morte de uma pessoa para tentar evitar que ela aconteça. Por isso, ele é enviado novamente ao trem, 8 minutos da explosão, para encontrar a bomba e o culpado. Em uma montagem que lembra um pouco o clássico alemão Corra Lola, Corra, Colten é enviado diversas vezes ao trem, até resolver o crime e evitar a explosão.



Daí é que vem o potencial para o cult, um roteiro que foge do comum e que, apesar dar amarrações forçadas e de alguns furos que às vezes parecem rombos, segue bem até o final. Aliás, final que indica com muita clareza, uma sequência.Vale a pena alugar/baixar. É um filme que não pede muito para ser assistido, não exige muito de quem assiste, mas diverte com uma proposta bem interessante.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

GANHAR OU GANHAR (Or. WIN WIN) - Não é de hoje que sou fã do trabalho de Paul Giamatti. Desde os tempos do Duets, e depois do tão odiado (embora por mim adorado) Planeta dos Macacos do Tim Burton, mesmo vestido de macaco, ele foi muito bem. Logo depois em O Anti-herói Americano, com uma interpretação de gala e Entre Umas e Outras, um road movie de respeito, Giamatti também roubou a cena. Enfim, sou fã do cara, ele é o tipo de ator que me faz ver um fime.

Mas nem tudo em sua carreira são acertos, esse Ganhar ou Ganhar é um erro. Nele, Giamatti interpreta um advogado que atua apenas em causa de idosos e nos tempos livres treina uma equipe de luta greco romana. Com sérios problemas financeiros, ele decide por fazer uma jogada arriscada. Ele evita que um velhinho solitário e sem familiares (interpretado pelo Burt Young, o eterno Paulie da saga Rocky) vá para um asilo e com isso embolsa a grana, que por direito, o Estado pagaria para ele. Mas de repente, aparece na cidade o seu problemático neto, interpretado pelo sem graça Alex Schaffer, em seu primeiro trabalho. O menino acaba também entrando para a equipe de luta greco romana e tudo começa a caminhar bem para Giamatti. A mãe do menino e filha do velhinho também aparece e tudo acaba por ruir para Giamatti, até o deprimente final do filme.

Enfim, é um fiapo de história que não cria vínculo algum com qualquer personagem, os atores ou são muito ruins, como no caso de Schaffer, ou estão no modo automático, como no caso de Giamatti. Realmente, nem tudo são boas escolhas na carreira de um ator.

domingo, 18 de dezembro de 2011

BIUTIFUL - Todo o filme do Iñarritú deveria vir com o subtítulo "desgraça pouca é bobagem", assim foi com Amores Brutos, 21 Gramas, até Babel... e não poderia ser diferente com Biutiful, vencedor de vários prêmios internacionais e 2 nominações ao Oscar, melhor filme estrangeiro e melhor ator para Javier Bardem.

Bardem faz um espanhol que tem em sua vida um emaranhado de problemas. Trabalha como mediador de chineses e africanos na produção e venda de produtos piratas, tudo por conta da amizade que tem com um policial, que recebe dinheiro para fingir que não vê bada. Pra ganhar uma grana extra, Bardem faz uso do seu dom, conversar com os mortos. Ele frequenta velórios e fala com os mortos, passando a sua última palavra aos familiares. Como se não bastasse esses dois mundos conturbados, ele ainda se vê envolvido com sua ex-mulher alcóolica e desconta tudo nos dois filhos. Como se não bastasse essa viagem por uma Espanha suburbana, suja e decadente, Bardem se descobre portador de câncer em estágio avançado, o que lhe dá menos de 2 meses de vida. Tá bom pra você ou quer mais?


É um filme difícil, "corta-pulsos", mas que mostra o talento de Iñarritú com os roteiros que exploram a decadência de pessoas e suas famílias. Não há uma época certa para se ver este tipo de filme, mas saiba: se você está bem vai ficar mal e se estiver mal pode ficar pior... então cuidado! Neste filme, de Biutiful só o nome...

O VENCEDOR (Or. THE FIGHTER) - Quais os grandes filmes de boxe que existem? Se fizéssemos uma lista teríamos Rocky (pra mim o melhor é o ), Touro Indomável, A Luta pela Esperança, O Campeão, Menina de Ouro e tantos outros. O boxe como pano de fundo não é a única coisa comum a todos esses filmes. Todos eles renderam ótimos filmes! A cada 5 anos mais ou menos, outro filme de boxe é lançado e sempre se pensa "Será que já não contaram tudo sobre o tema?" Parece que não, porque este O Vencedor mostrou que ainda existem histórias a serem contadas.
E a melhor inspiração para estes novos filmes de boxe é a própria vida, que levam o "Baseado em fatos reais" logo de cara. Em O Vencedor, Christian Bale vive o boxeador aposentado Dick Ecklund viciado em crack, que se orgulha do seu único feito como lutador profissional, ter derrubado o mito Sugar Ray Leonard em 1978, luta que está no yout tube. Ele treina o seu meio-irmão mais novo, Micky (Mark Whalberg), que está tentando se firmar como boxeador mas esbarra sempre no vício do irmão e na presença da família, a sua mãe super protetora e suas irmãs tão derrotadas na vida quanto irritantes.

Ao começar um relacionamento com a garçonete Charlene, Micky tenta reencontrar o rumo e perseguir seu sonho, ser campeão mundial de boxe. Bem, o infeliz título do filme em português já conta o que acontece, mas o mais importante aqui é nos atermos aos detalhes que fazem toda a diferença. A começar pela segurança do diretor novato Dennis Russell, aqui em seu 6º longa. E as atuações ótimas de todo o elenco.

Whalberg como o obstinado Micky está ótimo, a sua cara de macaco nem atrapalha. Bale também está muito bem, até levou Oscar pela atuação do seu irritante Dicky, afinal nos créditos pode se ver os dois na vida real e constatar que o Dicky realmente é um pé no saco. A mãe dos dois, Alice, vivida por Melissa Leo, também levou um Oscar.

Também vale destacar que na parte final do filme as lutas do Micky passam a ser televisionadas pela HBO. Para dar maior realismo à elas, Russell as filmou com equipamentos de TV da década de 90, época real das lutas. Isso, juntando às ótimas atuações e mais todo o clima de superação dão o tom do filme, que não é o melhor sobre o tema, mas anima qualque fã, tanto de boxe como de cinema.

domingo, 4 de dezembro de 2011

BONNIE E CLYDE - UMA RAJADA DE BALAS - Como é bom revisitar filmes relevantes de vez em quando. Ainda mais quando se baseiam em fatos reais, filmes biográficos realmente me interessam. Este Bonnie e Clyde foi filmado em 1967 e conta a história verídica do casal título que praticava assaltos a bancos, barbarizando o interior dos EUA, na década de 30.



"História verídica" pero no mucho, é bom que se diga. Uma navegada rasa pela net e já se descobre que a película dirigida por Arthur Penn e estrelada por Warren Beatty, Faye Dunaway e Gene Hackman é mais romanceada do que propriamente fiel aos fatos reais. Mas esta já era a proposta do estúdio no momento da feitura do filme, a ideia era essa mesma. No filme, o casal é retratado com muita leveza, os seus assaltos são bem humorados e as perseguições de carros chegam a ser cômicas. O Clyde de Beatty é um cara que persegue reconhecimento dos seus feitos o tempo todo, ele quer que seus assaltos sejam publicados nos jornais para que todos saibam e fica satisfeito quando isso começa a acontecer com certa frequência. A Bonnie de Dunaway é uma menininha do interior sem grandes perspectivas de mudança na sua vida de garçonete, até se jogar nos braços de Clyde para viver as aventuras de uma "vida bandida".O road movie virou um clássico, por ser um dos primeiros a tratar a violência de forma "leve" (pela primeira vez no cinema usou-se bolsas de sangue falso que estouravam dos peitos dos personagens a cada tiro disparado), pela influência no modo de vestir das mulheres (o cabelo e as roupas de Dunaway, vistos na foto abaixo, influenciaram toda uma geração) e pelo final impactante, apesar de esperado. Na vida real, Bonnie e Clyde ficaram separados por um período, em outros eles foram presos separadamente e fugiam, Clyde ao que tudo indica, era bissexual e sua gangue era bem maior que a retratada no filme. Enfim, a película romanceia a história do casal.

A química dos dois é ótima e não se culpe se você se sentir mal com o desfecho da história.

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

DEMÔNIO (or. DEVIL) - Tá certo que a direção não é dele, mas o roteiro é. M. Night Shaymalan, que chegou a ser chamado de "novo Spielberg", principalmente pela inventividade dos seus roteiros/filmes, como Sexto Sentido, Corpo Fechado, Sinais - e eu incluo Fim dos Tempos, que pessoalmente me agrada muito - assina o roteiro deste Demônio. O que a princípio é um chamariz, ao final se mostra uma decepção. O roteiro é muito fraco, beirando o amadorismo.

A história é o seguinte: 5 pessoas, que não se conhecem, entram em um elevador de um prédio comercial - uma velha, um jovem introspectivo, uma moça metida, um chato falastrão e um segurança negro (nada poderia ser mais estereotipado do que esses 5 tipos). O elevador trava e coisas estranhas começam a acontecer a cada minuto, ao mesmo tempo em que a polícia é chamada e acompanha toda a movimentação pela câmera de monitoramento do elevador.



Um dos guardinhas que vê tudo pelas imagens, acredita que os acontecimentos são obras do demônio, e se põe a rezar (não é preciso dizer que o tal guardinha é hispânico - mais um estereótipo raso).


As pessoas ficam presas lá no elevador por boa parte do filme. Acusações de racismo, brigas por interesses vazios, mexicano rezando e mortes no elevador acontecem até o desfecho, que se mostra fraco e sem graça. Digno de um roteiro de filme mocinho-bandido, de tão pobre.

Nada se tira deste filme, apenas que o Shyamalan tem que abrir os olhos e botar a cabeça pra funcionar porque aquele apelido do começo da carreira ficou pra trás, já era.

domingo, 27 de novembro de 2011




A PELE QUE HABITO (or. LA PIEL QUE HABITO) - Logo de cara já admito - tenho um preconceito danado pelos filmes do Almodóvar. E antes que comecem a atirar pedras em mim já digo: não é pela temática das suas obras, nem pela questão homossexual, outra constante. Na verdade é bem mais simpes que isso... eu simplesmente não gosto, acho que tudo o que ele faz tem cara de novelão, não tem cara de cinema para mim. Tenho por ele total respeito, mas não gosto da sua filmografia. Simples assim.
Então, já dá para imaginar com que carga eu fui ao cinema assistir A Pele que Habito. Tentei me desarmar delas, mas claro, falhei. Enfim, na primeira meia-hora de filme curti muito, tinha entrado na história, toda a relação bizarra do "médico louco" do Banderas com a sua Frankenstein. Gosto desse personagem - médicos ricos, loucos, sem escrupulos ou consciência.
Mas depois dessa meia-hora, para ser preciso na hora do cara vestido de tigre, o "Almodóvar real" apareceu e estragou tudo depois que a história do menino sequestrado se confirmou. Aí caiu pro escambo total. Se a história fosse dele, uma maluquice da cabeça dele, ele merecia até certo respeito, aí estão Lynch, Fincher, Anderson e tantos outros, mas depois que descobri que a história é de um livro, o Almodóvar caiu até mais no meu conceito."Para não dizer que não falei de flores" o Banderas está ótimo! A obstinação do seu médico é o que carrega o filme todo, o resto não passa de puro desperdício de película.
O PALHAÇO - Feliz Natal foi a estreia e O Palhaço é o segundo longa do ator/produtor/diretor Selton Mello. Que grata surpresa. E digo isso apenas pelo O Palhaço, um road movie com um Q (bem grande mesmo) de Wes Anderson e pitadas de Fellini.
Selton Mello assina a historia que conta a vida de Benjamim, um palhaço de circo que passa a questionar o sentido de fazer os outros rirem o tempo todo, sendo que ele mesmo é um poço de melancolia e frustração por não resolver os mais simples dos problemas da sua vida, como ter uma certidão de identidade. Aqui, tudo é cheio de simbologias e pequenas metáforas que vão se encaixando até formar um roteiro bem amarradinho e nada pretencioso, mas acima de tudo, belo.
Outro destaque fica por conta dos coadjuvantes, um show a parte. A cada cena um novo "velho" rosto. Um filme tocante, com uma condução muito segura do Selton. Uma bela história, que emociona.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011


MEMÓRIAS (orig. STARDUST MEMORIES) - Em 1980, Woody Allen escreveu e dirigiu esta película, sem grandes estrelas no elenco, além do próprio Woody no papel principal. Ele atua como um diretor de cinema (Sandy) em conflito com seus pensamentos e amores, revisitando toda a carreira através de uma mostra de filmes seus em uma pequena cidade.



Por onde caminha, Sandy é reverenciado por todos, que o idolatram como um grande gênio de filmes de comédia. Todos esperam isso dele, filmes engraçados, mas ele está em uma fase mais madura, buscando realizar obras mais sérias. E ele fica preso nessa "capa" de diretor de comédia e não consegue sair dela.


O sentimento do próprio Woody na época era mais ou menos esse também. Ele vinha de uma sequência de filmes elogiados por crítica e público (O Dorminhoco, A Última Noite de Boris Grushenko - um dos meus favoritos, Noivo Neurótico, Noiva Nervosa - vencedor de 4 Oscar, Interiores - indicado a 5 Oscar e Manhattan - indicado a 2 Oscar) e Memórias, apesar de ser extremamente refinado e cuidadosamente montado, ainda possui certa resistência do público.


Aos 11 minutos de filme, vê-se em close um coelho morto e na sequência o rosto perplexo de Sandy (cena acima). Dali pra frente o filme todo é uma série de colagens e fragmentos da sua vida, navegando entre a comédia e a tragédia. E mudam-se também os planos de câmeras, que ficam mais ousados, a fotografia, que fica mais exagerada, e as atuações, principalmente dos coadjuvantes, que se tornam mais e mais caricatas. Segundo o diretor, uma homenagem ao cinema de Fellini e às suas figuras únicas.


Mais uma aula de Woody, sendo simplesmente... o próprio Woody.
Não há como passar sem destacar a cena final, quando todos os personagens de seu filme saem do cinema como se tivessem acabado de assistir ao próprio filme e, obvimamente vê-se as críticas dos próprios atores às atuações e à direção de Sandy. Com a sala vazia, abaixo, um desolado Sandy caminha por entre as cadeiras até o fade final.