quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

TUDO PELO PODER (Or. THE IDES OF MARCH) - Não deve ser fácil dirigir e atuar em um mesmo filme. Uma das duas pontas acabam ficando frouxa. Talvez por isso devemos aplaudir diretores que conseguem atuar e dirigir de forma sublime, sem arestas. Devemos louvar os diretores que sabem que o tamanho do tempo de exposição do seu personagem no filme deve ser proporcional ao mesmo, nada muito pequeno ou nada muito grande, como Shyamalan fez para tapar seu ego em Dama na Água, por exemplo - ao contrário de Hitchcock, que sempre aparecia em suas obras de forma, digamos, charmosa. Enfim, devemos aplaudir caras como George Clooney que sabe fazer as duas tarefas muito bem, principalmente neste Tudo Pelo Poder. O elenco talvez seja o ponto forte do filme. Ryan Gosling não decepciona em seu primeiro papel em um filme maior, aparecendo para o grande público. Clooney tem um papel menor e vai bem na sua interpretação de um cara sacana e camarada. Marisa Tomei, que fica linda até descabelada e de óculos de aro grosso, faz o seu dever e nada mais. Paul Giamatti - acima, sentado - e Philip Seymour Hoffman - abaixo ao lado de Clooney - estão simplesmente sensacionais, roubam a cena e monopolizam as ações a cada aparição.

A trama gira em torno da campanha de Morris (Clooney) nas primárias do partido democrata em Ohio. Hoffman é o mentor da campanha e Gosling segue seus passos e aprendizados. O coordenador da campanha do outro candidato é Giamatti e Tomei faz uma jornalista que navega entre os dois lados buscando furos para a sua cobertura para um grande jornal. Como se não bastasse toda a lama que envolve uma disputa política, com mentiras, traições e rabos-presos deste e daquele lado, Gosling se envolve com a estagiária, vivida por Evan Rachel Wood - na foto abaixo -, e acaba por descobrir um segredo que desenrola uma série de problemas e complicações para todos os envolvidos.


O roteiro é intrincado e muito bem amarrado, embora eu sinta que faltou um pouco de surpresa. As reviravoltas era todas bem previstas, mas não se engane. Isso não estraga o filme, nem a carreira de Clooney, aos poucos cada vez mais caindo nas graças dos velhinhos da Academia. Será que vem Oscar por aí para Tudo Pelo Poder?

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