domingo, 22 de janeiro de 2012

SENNA - A maior virtude do grande documentário dirigido pelo inglês Asif Kapadia é justamente saber o seu papel, homenagear o cara que - para muitos, apesar de não ser o maior vencedor em número de títudos - é o maior piloto de todos os tempos. Em nenhum momento ele faz uso de "depoimentos em quadro" dos entrevistados, apenas faz uso de OFF. Característica muito acertada! O foco fica todo em Senna.

São imagens de bastidores impressionantes que amarram a história muito bem. Desde os anos iniciais na F1, sua primeira vitória na Lótus, os anos na McLaren e a grande rivalidade com Prost, seus três títulos, a sua maior vitória na carreira em Interlagos 91 e a ida para a Williams, culminando no acidente fatal na curva Tamborello em Ímola.O papel desse tipo de filme realmente é enaltecer o protagonista, exaltando suas virtudes e escondendo seus defeitos. Senna é um ícone, ídolo maior do esporte a motor brasileiro (quem sabe mundial) e merecia uma homenagem como essa, em um documentário premiado com um BAFTA, um Sundance e muitos outros. Assista já e veja imagens nunca antes vistas. Até a narração do Galvão não incomoda!! Um material inédito que vai muito além do que a gente via nos domingos pela manhã e que nos garante - Senna é o maior de todos!


ENCARANDO ALI (Or. FACING ALI) - Pra quem gosta de boxe é um prato cheio, não faltam cenas de bastidores, de treinamentos, de pesagens e tantas outras. Para quem não gosta de boxe, mas é fã de documentário vai se impressionar com a qualidade do material, são entrevistas muito bem captadas, muito bem planejadas com excelente qualidade de áudio. Tudo montado com muita sensibilidade.Antes que me adiante ainda mais ainda é tempo de dizer: Facing Ali é um documentário feito em 2009 com 10 boxeadores renomados (alguns mais outros menos) contando suas experiências ao encarar nos ringues um dos maiores (para muitos o maior) boxeador de todos os tempos Muhammad Ali.Desde os tempos que ainda se chamava Cassius Clay, passando pelo período da negação de servir ao Exército e ir ao Vietnã, quando mudou de nome para Muhammad Ali ao se converter ao Islamismo, depois passando pelas suas grandes lutas, como as contra Foreman no Zaire ou contra Frazier, até o seu final de carreira quando não mais voava como uma borboleta e picava como uma abelha.
O filme não conta com qualquer indicação de OFF, não há a voz que guia a história, nem mesmo a de Ali, que não pode falar devido ao Mal de Parkinson. A trama se move conforme as histórias de cada boxeador, pontuada pelos enfrentamenos de Ali, ano a ano, um após o outro, de forma linear. É emocionante as histórias que o boxe pode produzir, a ligação e a influência direta que o esporte tem na vida reaçl de cada lutador e sua família é incrível.Mas é preciso dizer: o ritmo do filme não é dos melhores, varia muito principalmente nos trechos iniciais. É apenas a partir da primeira meia hora, que o filme deslancha e segue um ritmo uniforme até o final. Destaque para as histórias contadas por George Chuvalo e sua tragédia familiar, para o momento de forte fé que abala Foreman ao decidir abandonar a carreira, para a extrema alegria que Spinks demonstra ao contar como venceu Ali e para Frazier que várias vezes se emociona pouco tempo antes da sua morte.
É belíssima homenagem a Ali, passando por 10 personagens que podem não ter o mesmo espaço na história, mas garantem uma belíssima homenagem ao maior de todos. Um mito que precisa ser inaltecido.