domingo, 11 de novembro de 2012


ANTIVIRAL - A primeira incursão de Brandon Cronenberg na direção de um longa metragem. E o primeiro passo certo de Brandon é ter seguido a, no mínimo excêntrica, linguagem dos filmes do pai, David. Criador de obras como A Mosca, Scanners, Crash e eXistenZ, o meu preferido, David Cronenberg criou um mundo próprio, com um cinema no estilo ame-o ou odeie-o. A maioria dos roteiros da sua filmografia é composta de criações próprias, voltada sempre ao absurdo e ao extremo.  E seu filho, Brandon, segue na mesma estrada.

O ambiente totalmente impessoal criado da cabeça de Brandon Cronenberg

Antiviral apresenta um ideia muito interessante. As megapersonalidades são adoradas ao extremo, de uma forma até doentia. As pessoas ditas comuns querem tanto parecer com seus ídolos que vão até essa empresa injetar um pouco de sangue do seu ídolo. O exagero chega ao ponto máximo na comercialização das doenças que afligem ou afligiram os ídolos, todo fã quer morrer da mesma forma! Nos mercados, se vendem todo e qualquer tipo de produto com a estampa da personalidade, nos restaurantes as pessoas pedem as comidas com os nomes dos ídolos. Nesse mundo tomado por essa devoção doentia, a história gira em torno de um empregado dessa fábrica que ele próprio se contamina com a doença de uma personalidade e começa a sofrer dos mesmos sintomas, até tentar encontrar a cura.

A estrela doente na cama e o ídolo prestes a injetar seu sangue

A crítica sobre a forma como elevamos qualquer um a posto de ídolo e referência do dia pra noite é muito presente, mas é claro, isso não fica só aí. Só piora. O destaque fica para a atuação robótica do não menos robótico Caleb Landry Jones e para o eterno Alex, Malcolm McDowell.

Caleb Landry Jones e uma ampola de sangue
Ao lado do mestre McDowell
Assim como nos roteiros dos filmes do pai, Brandon cria um roteiro rocambolesco que parece não ter fim. Quando você acha que nada mais pode acontecer e ficar ruim é aí que tudo está apenas começando. A trama sempre pode ir mais fundo em um filme assinado por Cronenberg, seja o pai ou seja o filho.

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