quarta-feira, 24 de abril de 2013

CONFISSÕES DE UMA MENTE PERIGOSA (Confessions of a Dangerous Mind / 2002)Charlie Kaufman é um dos roteiristas mais festejados de Hollywood - concorreu ao Oscar de melhor roteiro por Quero Ser John Malkovich, Adaptação e Brilho Eterno de uma Mente Sem Lembranças. Ganhou por esse último. E escreveu também, a partir do autobiografia de Chuck Barris, o livro que deu origem ao roteiro de Confissões de uma Mente Perigosa.

O livro

Ao mesmo tempo George Clooney tentava ocupar em Hollywood um papel maior do que ocupava na época, que era o de um bom ator, respeitado, que já tinha feito Um Drink no Inferno, Batman & Robin e Além da Linha Vermelha, mas procurava cravar definitivamente seu nome além disso. A pouco, desde 1999, Clooney estava atuando também como produtor executivo em alguns filmes menores, mas almejava algo maior. De astro respeitado e produtor iniciante só lhe restava um caminho a seguir - a cadeira de diretor.

Clooney assumindo a cadeira de diretor

Quando o roteiro de Confissões de uma Mente Perigosa chegou às suas mãos, Clooney sabia que ali ele tinha que de cara mostrar a que veio e começou a mexer no roteiro de Kaufman, criando planos, sequências e outras alterações que só seriam possíveis se algumas alterações no roteiro fossem feitas. Kaufman não gostou nada daquilo. De qualquer forma, Clooney estava decidido a ter na direção o mesmo sucesso que havia tido na TV e no cinema.

Clooney como oficial da CIA

Confissões de uma Mente Perigosa conta a história de Chuck Barris, um ambicioso e egocêntrico produtor e apresentador de TV na década de 70 (vivido por Sam Rockwell na fase adulta e Michael Cera na sua fase pré-adolescência) que acaba por ser convocado por um agente da CIA (Clooney) a se tornar um dos encarregados do serviço secreto norte-americano para matar pessoas quando pedido. Chuck fica perdido no começo, mas acaba por aceitar o desafio. Os seus programas de TV premiavam com viagens internacionais os vencedores, e Chuck se aproveita das viagens para matar as pessoas a pedido da CIA. Obviamente em algum momento tudo eclodiria e o segredo seria descoberto, mas antes que tudo isso aconteça, Chuck cai fora e continua sua carreira como produtor e apresentador de TV.

Chuck em seu "emprego real"

e como agente da CIA

Clooney se mostra muito confortável, tendo ele mesmo quando criança frequentado estúdios de TV em companhia do seu pai Nick Clooney que também dirigia programas de TV. Os bastidores de TV são mostrados à exaustão aqui e muitos dos programas dirigidos por Chuck Barris e mostrados no filme - The Dating Game, The Gong Show, The $1.98 Game Show - podem ser facilmente encontrados no youtube com o autêntico Chuck Barris apresentando. Veja só.

O verdadeiro Chuck Barris

Sam Rockwell não é nada simpático e nem um grande ator, mas convence como o às vezes intragável Chuck Barris. Julia Roberts, Drew Barrymore e algumas participações especiais (sem falas) de Brad Pitt e Matt Damon abrilhantam o filme. Mas não apenas isso.

Brad Pitt em participação relâmpago

As invenciones de Clooney são a grande estrela aqui. Uma série de planos sequências com trocas de atores durante a cena, planos inusitados e escolhas diferentes fazem de Confissões de uma Mente Perigosa um filme, no mínimo, diferente. Não genial, aliás longe disso. Mas para a estreia na cadeira de direção Clooney até que vai bem.

Clooney, dirigindo Barrymore e Rockwell, se mostrou um criativo diretor

domingo, 21 de abril de 2013



SOUND CITY (2012) - O aguardado documentário Sound City do estreante Dave Grohl chegou causando barulho. Alguns queriam ver por gostar muito dele e da sua história com a música (Nirvana, Foo Fighters). Outros estavam ansiosos para aquele que seria o primeiro registro em vídeo de um dos mais festejados estúdios de música dos EUA. E antes de mais nada já alerto aos dois grupos (eu me enquadrando mais no primeiro do que no segundo grupo) - Sound City vale a pena para ambos e ponto final. Mas ao final do filme, quando se sobem os créditos a impressão que fica é uma só - Dave Grohl não é Midas.

Em Sound City Dave Grohl patina na direção

Não me crucifiquem, sou fã do cara, tenho inúmeros discos do Nirvana, todos do Foo e mais um do QOTSA, em que Dave toca. Mas ele alçou aqui um voo no desconhecido. Talvez entregar a historia de Sound City para um diretor de cinema dirigir - como Scorsese fez em Shine a Light e antes em O Último Concerto de Rock ou os irmãos Maysles fizeram em Gimme Shelter - seria uma saída bem melhor para Dave e renderia, na minha opinião um documentário muito melhor.

Dave Grohl se sente em casa, entrevistando amigos

O filme Sound City na verdade, são dois. O primeiro filme conta a história do estúdio na Califórnia e viaja através das décadas conversando com cada uma das bandas que por lá gravou. Os problemas já começam aqui. A década de 70 é vastamente explorada, com entrevistas com os membros do Fear, Fletwood Mac, Barry Manilow, Tom Petty entre tantos e tantos outros. Eles falam o quanto Sound City era sujo, mal cuidado, fedido, mas ainda assim criava uma sonoridade única em um ambiente perfeito para uma banda tocar.

Sound City

Os anos 80 são tratados como "a passagem daquelas bandas de cabeludos vestidos de mulher" do rock glam. É uma passagem rápida. A década de 90 é totalmente ignorada, reserva-se ao Nirvana. A década de 2000 e 2010 inexiste para o filme, apesar de Sound City apenas fechar oficialmente as suas portas em 2011. Se não tivesse as claquetes separando as décadas poderia até passar batido. O problema disso é que algumas bandas que mereciam um registro maior são totalmente ignoradas no documentário, como Metallica (o Lars fala só em um ou dois trechos), o Weezer (Rivers Cuomo fala uma frase só nos créditos finais), o QOTSA (Josh Homme fala em trechos soltos, mas nunca sobre o processo do QOTSA nos estúdios), o Red Hot Chilli Peppers e por aí vai.

Ilustres entrevistados

O segundo filme mostra a gravação da trilha sonora de Sound City. Dave Grohl comprou a festejada mesa de som do estúdio (pois "ela tem uma história do rock´n roll"), instalou na sua casa e chamou todos os que participaram da filmagem para gravar com ele as faixas da trilha sonora. Fica muito técnico. É legal, mas ao mesmo tempo inegável que nesse momento o filme dá uma caída monstruosa de ritmo. A entrada de Sir. Paul McCartney melhora o final, mas acaba tudo meio assim assim...

Paul e Dave juntos no encerramento de Sound City

Sound City é um bom filme, mas tem graves problemas de ritmo. Tem um abismo separando os dois filmes que o formam e as décadas de 80, 90 e 2000 são muito mal retratadas no filme. Um problema que talvez um diretor de cinema saberia resolver, mas que Dave não soube.  
O PACTO (Suicide Club / Jisatsu Sâkuru / 2001) - Você pode preferir os filmes europeus. Você pode gostar mais dos hollywoodianos. De repente você tenha mais apreço pelos orientais. Ou mesmo os filmes brasileiros. Não importa. Nós todos, ou pelo menos a maioria, fomos educados desde pequenos, por filmes norte-americanos, àquela estrutura básica dos filmes de Hollywood. E por isso mesmo depois fica fácil perceber quando algum filme foge daquela estrutura, daquele modelo.

O site que, teoricamente aponta as mortes em "O Pacto"

Por exemplo - os filmes de terror japonês por inúmeros motivos são muito mais assustadores que a maioria dos filmes de terror norte-americanos. E isso acontece por, em alguns casos, por terem menos dinheiro acabam entregando obras mais cruas o que acaba funcionando muito bem para filmes do gênero. Basta pegar as refilmagens e comparar: O Chamado e Ringu, Água Negra e Honogurai Mizu No Soko Kara, O Grito e Ju-On, e tantos e tantos outros.

A personagem principal de "O Pacto", que busca entender porque seu namorado cometeu suicídio

O Pacto não é bem um filme de terror, mas passa bem por um suspense. Shion Sono desde 1985 se dedica a filmes de terror/suspense e, baseado em um mangá de sucesso, escreveu O Pacto para relatar uma prática até certo ponto comum em alguns países, principalmente orientais - o suicídio. E no caso do filme, o suicídio coletivo.

Sangue, uma constante em "O Pacto"

O começo é de grande impacto. Mais de 30 estudantes colegiais chegam a uma estação de trem/metrô de Tóquio por volta de 7 da noite e começam a conversar animadamente. A movimentação na estação é intensa - homens engravatados, mulheres com crianças, idosos. De repente todas as colegiais dão as mãos e formam uma fileira que se estende por toda a plataforma. Quando o trem se aproxima elas balançam as mãos e fazem uma contagem regressiva. Por fim, se jogam nos trilhos, causando um banho de sangue.

As colegiais postadas na plataforma do trem...

... e o banho de sangue na eletrizante sequência inicial de "O Pacto"


Daí pra frente se desenrolam outras mortes isoladas e ao mesmo tempo sanguinárias. Definitivamente, Shion Sono tem prazer no sangue e no bizarro. Uma equipe da polícia é deslocada para cuidar do caso, mas o máximo que conseguem fazer é seguir a trilha dos acontecimentos, sem nunca se antecipar às mortes.

As mulheres são a maioria nos suicídios do filme

Alguns suicídios são bizarros

Tudo é muito confuso, não apenas para os policiais, mas como para quem assiste. Um estranho site que supostamente indica quantas pessoas já morreram através de pontinhos vermelhos (para meninas) e brancos (para meninos), uma incompreensível banda de sadomasoquistas liderada por um ridículo vocalista que tortura animais e mais uma centelha de personagens inexplicáveis embolam a trama de forma a complicar algo que a princípio não precisava ser tão embolado.

A desnecessária e incompreensível banda sadomasoquista

Por fim uma banda, de meninas entre 12 e 13 anos, parece ser o link entre as mortes. É o que o filme tenta vender. Mal e porcamente, é bom que se diga. O Japão já produziu filmes bem melhores, não perca seu tempo com este aqui.  

sábado, 20 de abril de 2013



DAMIEN: A PROFECIA II (Damien: Omen II / 1978) - O Anticristo é brasileiro! Jonathan Scott-Taylor nasceu em São Paulo em 1962 e começou a atuar após voltar para a Inglaterra em 1976. Após uma série de participações em filmes para tv e seriados, Jonathan acabou passando no teste para aquele que seria seu maior papel em toda a carreira - encarnar Damien, o filho do diabo, em sua fase adolescente na sequência de A Profecia. Ironicamente Jonathan acabou interpretando Jesus nos palcos pouco tempo depois, mas isso é outra história.

E não é que o Damien é brasileiro?!

A história deste A Profecia II se passa no período pré-adolescente de Damien, que após a morte de seus pais no primeiro filme, quando ele ainda era uma criança, passa a ser cuidado pelo seu tio e sua esposa. O casal já tem um filho, que passa a ser o melhor amigo de Damien e o acompanha a todos os lugares. Inclusive à escola militar.

Damien e seu primo Mark

Assim como no primeiro A Profecia, Damien é a todo momento "protegido" por alguns adultos. Aqui, o rígido sargento da escola militar é um dos que atuam como verdadeiros servos do demônio. Até esse momento, aos 13 anos, Damien não tem ideia a sua origem e rechaça tudo o que o liga a ela. Até saber pelo Sargento Neff da sua origem. Damien então corre ao banheiro e vê no espelho a inscrição "666" marcado no seu couro cabeludo.

A marca do destino de Damien

Um a um, assim como no roteiro do primeiro filme, todos que se aproximam dos Thorn para prevenir do mal que o cerca acabam mortos. Aliás as mortes são ainda melhores, mais bem feitas que no filme original. Morte aliás é algo corriqueiro aqui. Mais meia hora de filme e não teríamos mais elenco! Damien, depois que aceita seu destino passa a matar um a um os membros da sua família.

O corvo fazendo mais uma vítima

A estrutura do roteiro é a mesmo do primeiro filme. Damien não sabe e convive com os demais como uma pessoa normal. Aos poucos, as pessoas que tentam avisar aos familiares do perigo que correm acabam mortos. A figura paterna, obrigada a matar a criança com um punhal, não consegue cumprir o seu dever. Quando descobre seu destino mata os que sobraram.

As adagas que podem salvar a família Thorn

O que ainda está por vir? O que Damien aprontará no terceiro e final capítulo da série? Lá ele será adulto. Agora que Damien já sabe o seu destino e tem ideia suficiente para viver com isso, vamos ver como o terceiro filme se resolve. Espero que, pelo menos no roteiro, se saia melhor que este segundo capitulo da trilogia.    

domingo, 14 de abril de 2013



DRIVE (2011) - Um refresco no gênero thriller. Há tempos não vejo um filme que tenha me impressionado tanto e me deixado com vontade de vê-lo e revê-lo muitas e muitas vezes. E são muitos os fatores que propiciam isso. Assim é Drive, uma obra que parece tirado da filmografia da década de 70 ou 80. Quem assistiu A Morte Pede Carona, Taxi Driver e Fuga de Nova York, entre tantos outros, vai perceber aquele gostinho de "acho que já vi algo parecido..." E isso só deixa o filme melhor.


Ryan Gosling é o motorista sem nome
Drive conta a história de um misterioso motorista sem nome (Ryan Gosling) que ganha a vida como dublê em cenas de ação com carros e está em Los Angeles onde dita as suas regras no submundo: "te encontro no local e te dou 5 minutos. Se você passar disso vou embora. Se você sair em 5 minutos te levo em segurança onde você quiser ficar. Sem mais perguntas." Desse jeito, falando pouco e agindo com precisão, o motorista até engana, mas esconde uma violência e um senso de justiça muito forte. Conhece Irene (Carey Mulligan), também moça com pouquíssimas palavras e um interesse mútuo começa a rolar entre os dois. Irene passa a ser um sopro de paz na conturbada vida do motorista.

Irene e seu filho, ao fundo, pegando uma "carona"

Tudo parece caminhar para onde indica desde o começo. Já adianto que não caminha. Não que o filme tenha um roteiro inovador, uma história nunca antes contada. O grande atrativo nem, é esse. O formato do filme é o grande lance, o mérito principal dessa obra do diretor Nicolas Winding Refn. Ele gosta de trabalhar com assuntos pesados, como presidiários, envolvimento com drogas e violência. A sua filmografia é formada quase toda por pequenos thrillers urbanos, mas é inegável que foi com Drive que ele se superou.

Quem será que de dá mal nessa?

E não por causa de Gosling. A trilha sonora é marcante, bem anos anos 80, tem aquele sonido marcante, sintetizado, característico das trilhas do John Carpenter, por exemplo. Clique em cada uma das trilhas abaixo de Drive e tire suas conclusões:




Na condução, a trama se aproxima dos filmes dos anos 70. Tem violência, nudez e velocidade. Sabe aqueles filmes que começam do nada e acabam meio que do nada também? Não responde todas as perguntas, deixa várias pontas para sequência, mas ao mesmo tempo se sustenta sozinho como história.

Justiceiro e violento

Baseado no livro de Keith Rawson (e ligeiramente no Caçador de Morte de Walter Hill, de 1978), Drive é um grande filme, uma ótima surpresa. Merece ser visto e revisto sem medo.    

segunda-feira, 1 de abril de 2013


A PROFECIA (The Omen / 1976) - Muitas lendas cercam os grandes filmes de horror da história. Em seu roteiro o nome do filme ficava entre "The Antichtist" ou "The Birthmark," após se decidirem por "The Omen" uma série de acontecimentos chacoalharam a produção. Dois aviões com atores e equipe em sua viagem dos EUA para a Inglaterra foram atingidos por raios, já em solo britânico a equipe se hospedou em um hotel que foi bombardeado por terroristas da IRA, ao saírem do hotel o diretor e algumas pessoas da equipe de produção se envolveram em um acidente de carro, Gregory Peck acabou perdendo um vôo para a Inglaterra e o mesmo acabou caindo matando todos a bordo, cachorros rottweilers durante treinamento para o filme atacaram violentamente seus treinadores, outro acidente de carro envolvendo o pessoal da equipe foi especialmente violento - aconteceu na Holanda e matou um dos passageiros na hora. Assim que saiu do carro o motorista viu no final daquela estrada uma placa que marcava a distância até uma cidade holandesa, a placa dizia "Ommen, 66.6 km". Acredita? Esses e outros fatos podem ser lidos aqui.

A maldição de "A Profecia"

Richard Donner era conhecido como um bom diretor de séries e filmes feitos para TV. Assim começou sua carreira em 1960 e 15 anos depois caiu no seu colo o roteiro de A Profecia que viraria filme no ano seguinte. Dali sua carreira deslanchou. Dirigiu depois Superman, todos os quatro filmes da série Máquina Mortífera, O Feitiço de Áquila e Os Goonies. Não há como não dizer que Richard Donner é um diretor versátil.

Richard Donner (direita) em ação

A seleção de atores mirins para a escolha de qual viveria Damien, o personagem principal de A Profecia, foi no mínimo curiosa. Ao final dela, Donner ficou em dúvida entre 4 ou 5 atores. Não sabia qual escolher. Até que propôs o seguinte desafio aos meninos que não passavam de 6 ou 7 anos de idade. Ele pediu que cada um fosse até ele e reagisse como se estivessem diante de algo terrível, que ao mesmo tempo dava raiva e medo. Harvey Stephens chegou em frente a Donner lhe deu um chute no saco e depois grudou nos seus cabelos como se quisesse arrancá-los. Ao tentar afastá-lo o menino estava com uma expressão de medo e revolta ao mesmo tempo e segundos depois voltou a sua expressão serena com seus pequenos olhos azuis. Donner ficou impressionado e não teve dúvidas. Estava escolhido o pequeno Damien.

O pequeno Harvey Stephens, vivendo Damien

Harvey Stephens aliás, não seguiu a carreira de ator, fez apenas dois filmes (A Profecia original e uma ponta no remake de 2006) e um filme feito para TV. Para viver Donner, Harvey teve que pintar de preto todo seu cabelo, já que Donner queria um menino de rosto angelical, bochechas branquinhas e um cabelo bem preto.

Damien (Harvey Stephens)
Gregory Peck era um ator consagrado à época, mas passava por um momento delicado na sua vida particular. Seu filho tinha se suicidado pouco antes, por isso havia negado se participar do filme (por se tratar de um casal de pais que lidam com a morte do filho recém-nascido). Donner sabia o que estava fazendo, deixou Charlton Heston que também brigava pelo papel para trás e insistiu para Peck que acabou aceitando o papel.

Gregory Peck como patriarca da família Thorn

A Profecia começa com Robert (Gregory Peck) no hospital recebendo a notícia que seu filho recém-nascido acaba de morrer. Sua esposa aguarda ansiosa por notícias. Robert acaba convencido por um doutor por levar à sua esposa uma criança sem pais que foi deixada na porta do orfanato para não frustrá-la em um momento de tanta ansiedade. Ele aceita e assim o pequeno Damien entra na família Thorn. A governanta da casa, comandada por uma força que até aquele momento não se sabe de onde vem, se enforca no alto do casarão, na frente de todas as crianças na festinha de aniversário do pequeno Damien. No meio dos arbustos se vê um assustador rottweiler parado e olhando para Damien, que lhe dá um singelo aceno.

A primeira governanta...
... assustando a todos na festa de aniversário do pequeno Damien

Uma nova governanta chega nos dias seguintes mais assustadora que a anterior, com um olhar perfurante e uma atitude estranha. Fica ao lado do menino o tempo todo e traz o rottweiler pra dentro de casa, e ele passa a funcionar como um guardião do menino.

Damien saudando o rottweiler

Após o pequeno Damien quase matar a mãe depois de derrubá-la do segundo andar da casa, Robert decide pesquisar a origem da criança. Descobre que ele tem a inscrição 666 no couro cabeludo e que ele é o filho do... enfim, você sabe quem.

A tentativa de sacrifício do menino

A Profecia é assustador, principalmente pelo fato de nada mostrar. Tudo fica subentendido, usando "apenas" uma boa direção de atores, uma montagem eficiente e uma trilha sonora genial, que aliás levou o Oscar aquele ano.

A família Thorn em raro momento de paz
(Damien é o único que não sorri, porque será?!)