sábado, 15 de junho de 2013


CASSINO (Casino / 1995) - A parceria não é nova. Robert De Niro e Joe Pesci já fizeram 6 filmes juntos - Touro Indomável (1980), Era Uma Vez na América (1984), Os Bons Companheiros (1990), Desafio no Bronx (1993), Cassino (1995) e O Bom Pastor (2006). Destes 6, 3 foram dirigidos por Martin Scorsese (Touro Indomável, Os Bons Companheiros e Cassino). Além da dupla, Scorsese escolheu Sharon Stone para um importante papel em Cassino

No cassino ele dá as ordens

Cassino conta a história de Ace (De Niro), dono de um cassino na cidade de Las Vegas nos anos 70. Ele comanda e observa a tudo e a todos, seus empregados e os clientes, sem largar o cigarro. Ace acumula uma fortuna da ordem 67 milhões de dólares e seus negócios vão de vento em popa, muito por conta do trabalho do seu amigo e braço direito, o violento Nicky (Pesci) que resolve seus próprios problemas ou os de Ace, sempre de forma violenta. 

Nicky resolvendo uns "probleminhas"

Tudo começa a mudar com a chegada de Ginger (Stone), uma prostituta que atrai jogadores milionários para o cassino e, é claro, acaba os fazendo gastar pilhas de dinheiro em rodadas de jogo. Ace gosta dela, não apenas por indiretamente fazê-lo ganhar mais dinheiro, mas porque ela a princípio se mostra uma mulher muito interessante e claro, muito linda.

Sharon Stone, linda na parte inicial de Cassino

Em pouco menos de 3 horas, Scorsese constrói e destrói estes três personagens, desenvolvendo melhor o mundo de violência que cerca Nicky e a relação entre Ace e Ginger, que acaba em casamento e uma filha. No calor da relação, Ace divide quase pela metade todo o seu dinheiro com Ginger, que ainda segue presa à seu namorado dos tempos de solteira, o cafetão Lester (James Woods).

O cafetão Lester interpretado por James Woods

Em pouco menos de 10 anos, chegando a década de 80, o casamento desmorona e Ginger começa a sentir conforto no colo de Nicky, como vingança por Ace ter mandado seus capangas baterem em Lester, por conta da sua relação com Ginger no passado. Ginger então afunda-se ainda mais no álcool e nas drogas. O que conduz ao final trágico e é claro, violento.

Ginger já sem tanto glamour assim

Robert De Niro está bem como sempre, mais contido do que em outros casos é verdade, a violência aqui não é característica do seu Ace, mas ele convence muito como um homem poderoso que mais parece um vulcão prestes a explodir a qualquer momento, principalmente na relação com Ginger.

O sempre ótimo De Niro

Joe Pesci vai muito bem como Nicky. Sua metralhadora de palavras e sua voz fina estão aí também, mas quando precisa seu Nicky sabe falar duro e responde com fortes doses de violência sem medida, não se importando com o lugar ou com as pessoas à sua volta. Um personagem com a cara de Pesci.

Pesci vivendo o seu violento Nicky

Mas o destaque de Cassino é mesmo de Sharon Stone. Sua interpretação de Ginger é na medida, beirando a perfeição, talvez a melhor da sua carreira (ainda mais porque convenhamos, Sharon Stone nunca foi nenhum primor em atuação). No começo do filme nos apaixonamos por sua beleza, mas com o passar do filme passamos a odiá-la, seguimos a trilha traçada pelos sentimentos de Ace com relação à sua esposa.

A melhor interpretação da carreira de Sharon Stone

Scorsese aqui mostra muita habilidade nas cenas de violência e no desenvolvimento dos personagens comuns a seu mundo, os pequenos gângsteres. Ele faz uso constante de músicas conhecidas e isso cansa em alguns momentos - embora o uso de Gimme Shelter dos Stones (nas partes violentas de Nicky) e The House of the Rising Sun dos Animals (no final) sejam o grande destaque.

Scorsese dirige De Niro

A história é real. Baseada no livro de Nicholas Pileggi. Ace é Frank "Lefty" Rosenthal falecido em 2008 de ataque cardíaco, Nicky é Anthony "The Ant" Spilotro e Ginger é Geraldine McGee. 

Frank "Lefty" Rosenthal e Robert De Niro
Anthony Spilotro e Joe Pesci

Geraldine McGee e Sharon Stone

Cassino é um ótimo filme, um dos melhores que já assisti de Scorsese. Os personagens são verdadeiros, muito bem interpretados e antes que se imagine é bom que se diga: as 3 horas não fazem mal ao filme (tirante uma sequência completamente inútil de Ace como apresentador de um programa de TV). Na verdade tudo é tão bem conduzido e bem interpretado que nem se vê as horas passarem. Grande filme.
Veja abaixo o trailer de Cassino:


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