domingo, 7 de fevereiro de 2016

O QUARTO DE JACK (2015)

Jack e Joy
O QUARTO DE JACK (Room / 2015) - Ninguém conhece melhor O Quarto de Jack do que Emma Donoghue. Ela escreveu o livro, lançado em 2011, e adaptou a obra para o cinema. Resultado? Um filme incrível dirigido por Lenny Abrahamson. Impossível não se comover com a história e filho que levam sua vida presos numa pequena cabana num lugar desconhecido. 

A escritora e o diretor no cenário principal do filme

O Quarto de Jack começa com imagens fechadas, propositalmente tremidas de itens espalhados pelo tal quarto, que é ao mesmo tempo sala e banheiro. Olhos verdes se abrem e revelam o cabeludo menino Jack, que acaba de acordar no dia em que completa 5 anos. Sua mãe, Joy, está toda descabelada e com cara amarrada, ao seu lado.

Um dando suporte pro outro dentro do pequeno cativeiro
Os dois estão trancados em um quarto minúsculo, sem janela e isolado acusticamente. A única ligação com o mundo externo, além da pesada porta de aço que só abre com senha - que eles não sabem qual é - é uma clarabóia no teto. Eles vivem em um cativeiro.

Ninguém vê, ninguém ouve
A única "visita" que recebem é de um cara conhecido como Nick, que chega tirando a roupa e se deitando com a mulher. Ao menor sinal de Nick, Jack corre pro armário - onde dorme - e dorme, ou tenta.

O mundo pela clarabóia
O mundo de Jack se resume àquele pequeno quarto. Ele tem 5 anos e a mãe está sequestrada à 7. É emocionante a forma como o filme aborda o mundo visto por uma criança que aprendeu que o mundo é só aquilo. Filmes com temáticas parecidas como O Quarto do Pânico com Jodie Foster fazem diferente e abordam a história pelo ponto de vista dos adultos.

Bolando o plano
Jack reclama muito com a mãe quando ela propõe que eles bolem um plano para enganar Nick e fugir definitivamente do cativeiro. O medo toma conta dos dois, Nick é violento e não pensaria duas vezes se tivesse que bater na mãe, o que já aconteceu algumas vezes.

Um e outro é tudo o que tem
Com uma mescla de sentimentos, sobretudo medo, Jack se finge de morto e é enrolado num carpete. Nick leva o que seria o corpo do menino para fora, o garoto grita socorro. Alguém escuta e quem passa a ter medo agora é Nick, que larga o menino no chão e foge. Pela primeira vez os olhinhos de Jack vê outras pessoas, arvores, a rua, e essa descoberta é um dos pontos altos do filme.

Descobrimos o mundo junto com Jack
Mas não acaba por aí não. Ainda tem toda a adaptação de Jack ao mundo e à sua família, o reencontro com Joy - que aconteceu pouco depois de ele conseguir a liberdade - e claro, a interação com outras crianças.

SPOILERS

O que mais me assustou nesse filme é a economia no discurso, ou seja, você não precisa resolver todos os nós que a história levanta para mesmo assim ter uma grande filme.. Ou seja, será que Nick - se é que ele se chama assim mesmo - foi preso? Ou se entregou? Ou voltou para buscar vingança? Não se sabe... E nem faz falta. O roteiro prefere se focar em Jack e Joy e se luta para se adaptar no novo mundo.

FIM DOS SPOILERS

Existe o mundo todo lá fora
O Quarto de Jack é sem dúvida, um dos melhores filmes que assisti nos últimos anos. Surpreendente e emocionante, com uma proposital falta de informação - que deixa o filme ainda mais completo - e uma série de grandes atuações - principalmente do menino Jacob Tremblay - que deixa tudo ainda mais rico. Fora da lista das grandes produções, O Quarto de Jack prova que o primeiro passo para se ter um bom filme é uma boa história.
Veja abaixo o trailer de O Quarto de Jack.


Um comentário:

Unknown disse...

Jacob Tremblay mostrou o quão bem preparado ele é. O papel que realizo em a Refém Do Medo é uma das suas melhores atuações, a forma em que vão metendo os personagens e contando suas historias é única. Na minha opinião, este foi um dos mehores filmes de terror 2016 que foi lançado. O ritmo é bom e consegue nos prender desde o princípio O filme superou as minhas expectativas, o ritmo da historia nos captura a todo o momento. Jacob Tremblay esta impecável. Ele sempre surpreende com os seus papeis, pois se mete de cabeça nas suas atuações e contagia profundamente a todos com as suas emoções.