quinta-feira, 10 de novembro de 2016

O DISCRETO CHARME DA BURGUESIA (1972)

Um simples jantar

O DISCRETO CHARME DA BURGUESIA (Le Charme Discret de la Bourgeoisie / 1972) - Um simples jantar. Nada mais. Seis amigos da classe alta francesa tentam se reunir para um jantar ou almoço e simplesmente não conseguem. Eventos inesperados, intromissões, visitas e situações sem sentido impedem que o plano deles funcione. Produto da mente surrealista de Luis Buñuel.

Um tiro e o jantar fica pra outro dia

O longa, premiado com o Oscar de melhor filme estrangeiro, começa com os amigos chegando para o encontro em dias errados e o encontro não dá certo. Na sequência marcam para um restaurante, mas ao chegar eles perdem o apetite ao saber que na sala ao lado um corpo está sendo velado. 

Aí é pra quebrar qualquer clima

Outra tentativa acaba frustrada com o apetite sexual da dona da casa. Os convidados chegam e ficam tempos e tempos esperando os anfitriões aparecerem, mas eles deram uma escapadinha pela janela para transar no jardim da casa.

Tudo atrapalha a reunião, até sexo

Mais uma vez, desta vez todos na mesa, agora parece que dá certo. Mas um grupo de militares invade o local, tira a paz de todos e quebra o clima do jantar. O comandante do exército ainda se senta entre o grupo e começa a contar as suas memórias de guerra. Começam uns tiros, todos se escondem, a mesa é metralhada, mas uma mão burguesa surge debaixo da mesa e puxa um bife.

O exército chega e atrapalha a reunião

Outro encontro, todos conversam as amenidades das suas vidas de classe alta e bebem descontraidamente, até que abrem-se as cortinas e o grupo se vê na verdade sentado à mesa em cima de um palco. Ao fundo uma plateia assiste a tudo e no final vaia impiedosamente. Constrangidos os seis se retiram apressadamente do palco.

Um jantar com público

E ao final de cada esquete, os seis burgueses caminham por um estrada sem fim, no meio do nada, sem trocar uma palavra, um olhar, apenas caminham sem rumo. A amizade superficial de um grupo de ricos. 

Passos na estrada sem fim

Buñuel é inventivo e mordaz, mostrando um grupo de amigos que usa as relações de interesses para alimentar uma proximidade falsa e que não existe. Aqui ele critica com acidez e bom humor a burguesia vazia francesa e o seu gosto pelas futilidades. Difícil não ligar esse roteiro com o agitado período político, com uma série de protestos sendo inciados a partir de Paris, em 1968, quando jovens estudantes saíram as ruas para lutar pelos seus ideais, despertando sentimentos de liberdade por todo o mundo.
Veja abaixo o trailer de O Discreto Charme da Burguesia
  

  

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