terça-feira, 6 de junho de 2017

FLORENCE: QUEM É ESSA MULHER? (2016)

Ela achava que podia cantar

FLORENCE: QUEM É ESSA MULHER? (Florence Foster Jenkins / 2016) - O título em português é muito feliz. Afinal quem já ouviu falar de Florence Foster Jenkins? A socialite norte americana ganhou mais notoriedade após a morte do que em vida. Stephen Frears, diretor de Alta Fidelidade, Coisas Belas e Sujas, A Rainha e Philomena, entre outros, assume aqui a cadeira de direção.

Frears, de cachecol, conversa com Streep

Florence é interpretada por Meryl Streep, muito bem por sinal, mas rasgar elogio à Streep seja desnecessário. Hugh Grant vive St. Clair, seu marido que leva outro matrimônio em segredo. Florence sonha em ser cantora de ópera, mas não tem voz para isso. É aplaudida por suas amigas - velhinhas e surdas - que não ouvem o que todos, inclusive seu marido, escutam claramente - a sua voz pra lá de desafinada.

Ilusões de uma senhora

St. Clair contrata, após escolha de Florence, o jovem pianista Cosme (o surpreendentemente ótimo Simon Helberg, o Howard do The Big Bang Theory). Ele é inexperiente, mas compensa com muito talento. Ele chega a rir - não na presença dela, é claro - após ouvir Florence cantando. St. Clair batalha duro para manter a imagem de boa cantora da esposa ao pagar pequenas quantias ao professor de canto e aos jornalistas que cobrem as apresentações dela. A revisões nos jornais do dia seguinte acabam sendo favoráveis e a imagem de Florence de ótima cantora segue intacta.

Preste atenção nesse cara! 

Mas tudo é posto à perder na noite em que ela fecha o Carnegie Hall e oferece um show aos soldados, como forma de retribuição. Ali, ninguém se aguenta. Os risos caem soltos, todos que assistem percebem que Florence não tem a menor condição de cantar. Sua voz é horrorosa. O talento é zero. Duvida? Ouça abaixo o áudio original de Florence cantando Mozart.


O problema de Florence: Quem É Essa Mulher? é que não emociona nem cativa como deveria. Não dá pena de Florence, nem raiva do marido que compra opiniões e vive outro relacionamento. Isso sem falar que o CGI usado pra mostrar a cidade na década de 30/40 é sofrível, mal feito até.

Ele faz ela acreditar que é boa

Mas não é um filme ruim, não entenda mal. Apenas fica aquele gosto de descartável logo depois de assisti-lo. Vale muito por Streep e por Helberg que está à vontade para desfiar todo seu talento.
Veja abaixo o trailer de Florence: Quem É Essa Mulher?



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