quinta-feira, 27 de julho de 2017

NUNCA TE VI, SEMPRE TE AMEI (1987)

Duas pessoas que nunca se viram, mas que trocaram confidências por vinte anos

NUNCA TE VI, SEMPRE TE AMEI (84 Charing Cross Road / 1987) - Uma história real. Romanceada, é claro, mas real. Helene Hanff se correspondeu via carta durante anos e anos com um livreiro londrino, buscando exemplares de obras raras disponíveis na livraria dele. As cartas viajavam de Nova York para Londres e vice-versa. Das correspondências nasceu uma amizade e, ao que parece, um sentimento. A incrível história virou uma peça, um telefilme e por fim, um longa metragem. David Hugh Jones dirigiu o filme.


A peça inspirada na história

Anne Bancroft (a eterna Mrs. Robinson de A Primeira Noite de um Homem) e Anthony Hopkins interpretam Helene e Frank. Os dois já haviam atuados em O Homem Elefante, de David Lynch em 1980, mas na produção de Nunca Te Vi, Sempre te Amei, como entrega o título, eles não se vêem, não aparecem juntos em cena sequer uma vez. Helene é viúva e Frank casado e pai de três filhos.

Helene escreve uma de suas cartas

Tudo começa quando Helene, uma amante da literatura inglesa, apaixonada por colecionar livros raros não encontra alguns volumes e entra em contato, via carta, com uma livraria especializada em Londres. Semanas depois ela recebe uma resposta de Frank, responsável pelo estabelecimento, dizendo ter tais livros. O ano é 1948.

Frank em sua livraria

Eles passam o filme trocando cartas, sempre respeitosas e carinhosas contendo informações sobre família, amigos e interesses em comum. A Segunda Guerra Mundial ainda era um evento recente e a Inglaterra, assim como boa parte dos países europeus, passava por um período de recessão. Alimentos eram escassos. Helene enviou mais de uma vez, caixas de enlatados, que Frank distribuiu entre os empregados da livraria. Em troca, Frank mandou de Londres toalhas de mesa e alguns livros de graça.

A comida que chega em Londres enviada por Helene
A troca de cartas se manteve constante até 1968, quando Helene descobriu que Frank morreu após complicações de saúde. Ela, por sua vez, que sempre adiou uma viagem à Londres, se sentiu na obrigação de ir à capital inglesa conhecer a tal livraria no endereço que dá o nome original ao filme - 84 Charing Cross Road.

A quarta parede usada por Helene em boa parte do filme

O filme começa já com a viagem de Helene para Londres e num corte brusco volta vinte anos mostrando ela bem mais jovem, quando ainda estava escrevendo a primeira carta para Frank. No final do filme, Helene chega à livraria, que está abandonada, é somente uma construção antiga, mas ela fica feliz de fechar esse ciclo em sua vida.

A vista da livraria... sim, ela existiu!

Ritmo de romance e interpretações tocantes - porém estereotipadas - fazem de Nunca te Vi, Sempre te Amei um filme leve, bom para um dia a tarde com bolinho de chuva e cobertor. Hopkins apresenta o modelo do inglês tradicional, cortês, e a bela Bancroft faz uma nova iorquina fumante e ansiosa, que por mais de uma vez fala com a câmera como se fosse a própria consciência.
Veja abaixo o trailer de Nunca te Vi, Sempre te Amei.



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