sexta-feira, 9 de fevereiro de 2018

ME CHAME PELO SEU NOME (2017)

A amizade

ME CHAME PELO SEU NOME (Call me by your Name / 2017) - A indicação ao Oscar de roteiro adaptado não é à toa. O livro que também se chama Me Chame pelo seu Nome é um sucesso e ganhou prêmios mundo afora. Só de assistir o filme já se percebe que a história funciona nas letrinhas, sabe? E isso às vezes se perde em uma tradução mal feita para as telonas ou quando cai nas mãos de grandes estúdios que picotam tudo e deixam o filme simplesmente irreconhecível perto do livro. Ainda bem que não é o caso deste, dirigido pelo italiano Luca Guadagnino.

Guadagnino, de camisa rosa, em ação

Tudo se passa em uma pequena cidade no norte da Itália no começo dos anos 80. Oliver, é um americano (Armie Hammer) que se hospeda na casa de uma família e pretende passar um tempo longo lá, pensa até na possibilidade de abrir uma conta no banco da cidade. O casal e o filho de 17 anos, Elio, recebem o americano de braços abertos, mas aos poucos ele passa a incomodar pelo seu jeito prepotente.

A família e o hóspede no café da manhã

O cenário do interior da Itália é outro personagem do longa, tudo por lá é colorido, florido e ensolarado. E tudo ajudado pelo programa preferido de Oliver e Elio, andar de bicicleta para conhecer a região. Em pouco tempo Oliver faz amizade com os velhinhos da cidade e até com os amigos de Elio. O jovem, é claro, se irrita.

A aproximação

Mas aos poucos o que é incômodo se torna fascínio. Elio está se descobrindo e se vê apaixonado por Oliver. E para a surpresa deste, Oliver não nega o sentimento. Mas a princípio tudo é muito físico, quente e apaixonado. Com o tempo - e a partir deste ponto o filme de Guadagnino não se faz de rogado - a relação dos dois fica séria e esbarra no sentimento profundo, no amor mesmo.

Amor

Não vou dizer aqui o que acontece no trecho final, mas não posso fechar este texto de Me Chame pelo seu Nome sem falar de um dos momentos - se não o momento - mais emocionante de todo o filme. Sr. Perlman (Michael Stuhlbarg), o pai de Elio, senta com o filho no sofá da sala e discorre um monólogo muito bem escrito e atuado. Um texto que me arrisco a dizer, se tornará a marca deste filme e um dos motivos que farão ele ser lembrado por muito e muito tempo.

O discurso final

O problema de Me Chame pelo seu Nome está no ritmo. A história às vezes se arrasta, reforçado e/ou apoiado no texto do livro. E mais - Armie Hammer perdeu uma boa chance de se mostrar além do que um rostinho bonito. Apesar de algumas sequências emocionantes, Hammer está sempre com a mesma cara, o mesmo olhar e o mesmo tom de voz. Poucas coisas abalam a sua atuação.

É Hammer... você poderia estar melhor, não acha?

Totalmente diferente de Timothée Chalamet que vive o jovem Elio. O rapaz de 22 anos está magnífico, variando as intenções e se entregando ao personagem seja com momentos de ternura com a mãe, de carinho com o pai ou de amor com Oliver. Indicação ao Oscar para ficar no currículo.

Ainda jovem e já com um indicação ao Oscar
Veja abaixo o trailer de Me Chame pelo seu Nome

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